Vou dizer hoje algo diferente,
diferente como o rosto da gente,
dos meus olhos encharcados como as
nuvens de São Paulo.
Resolvi não dizer hoje sobre o odor da
humanidade
e o mal da calamidade.
Fui mais longe com os meus sentidos,
me senti grande na existência por
saber que não sou apenas sobrevivência.
Observo o céu de uma janela e imagino
o universo e assim saio do meu limite,
saio do meu alcance, vou mais longe
nessa vida por ter olhar de criança.
Astrónomos e astronautas, um é
pesquisa e o outro é o corpo.
Um com o seu e o outro com o outro.
E eu não! Não sou pesquisa e nem
corpo, viajo pelo universo com a alma
Tenho em mim o sentido de imaginar, e
como é grande o olhar, o sentir e o amar.
Se disse que iria dizer algo diferente,
é isso mesmo que passa na nossa mente.
Diferença é sentir o universo,
ultrapassar o globo terrestre e se ver na luz.
Pequenos somos dentro do planeta, mas
fora me diz aqui, somos parte dessa existência.
Fui lá sem saber apenas sentindo que o
universo é meu amigo.
Se olho tudo na mente é imagem e
imaginação
mas o que sente é o meu coração.
Vontade de contemplar, ir para este
lugar
saindo do céu azul claro e vendo esse
grande infinito.
Astrónomos e astronautas, deuses das
pesquisas
vou lhe dizer sinceramente que essa
vontade me excita.
Mas sou simples para isso, vida simples
na imagem, meu corpo se satisfaz só na vontade.
Mesmo assim agradeço por esclarecer
todas essas descobertas que veio nos dizer.
24 de Janeiro de 2012