Quando
eu tinha oito anos eu pensava em, o que fazer com tanto dinheiro pois
dentro da minha bolsinha haviam seis reais. Eu dizia para minha mãe
e para o meu pai “hoje irei comprar muitos doces, bexigas para
encher d'água e umas massinhas para modelar”.
Eu
tinha o mundo em minhas mãos, massa colorida para modelar mundos,
espécies de animais, cobrinhas etc. Eu tinha bexigas d'água para
estourar. Eu tinha doces para me empantufar.
Hoje
tudo isso mudou! Eu vejo o quanto é pouco a quantidade de dinheiro
que eu tenho, mas esse valor é bem mais que seis reais, é mais que
cem reais e eu sempre preciso de mais e mais. Preciso pagar contas,
eu preciso comer com o dinheiro ao lado, vou pagar agora minha
passagem do ônibus para o trabalho.
E
é incrível como o dinheiro tenta significar algo para vida humana.
Ele nunca diz nada. Única coisa que ele diz é que necessitamos
dele, e que somos dependentes dele, subjetivamente ele diz que sem
ele não podemos viver, sem ele morreremos com a maior certeza.
É
difícil, mas não consigo me viciar em algo que impõe. Eu vou
vomitar pois já enjoei desse medicamento que sara a criatividade,
que impedi o raciocínio orgânico. Eu já enjoei de tanta babaquice
de superficialidades, da necessidade de ter e ter cada vez mais.
O que é necessário para vida? O que é realmente importante?
Eu
não sei ao certo, eu só sei que viver é bem mais que trabalhar
para simplesmente comprar. Viver é criar. Viver é conhecer. Viver é
sentir apuradamente seus sentidos. Viver não é se enterrar em um
buraco profundo, úmido e escudo!
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